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Conto - O espelhado

 

- Eu estou te dizendo, é uma experiência incrível pelo que li no jornal - Amir insistia. - Esse cara é um ator que lê mentes, lê emoções, uma coisa assim.

Andavam os dois pela avenida principal da cidade evitando os buracos na calçada e os pedestres. Era uma tarde quente de primavera, o verão se anunciava nesse dia. Carros cortavam rapidamente as faixas duplas de ambos os lados tentando passar pelos sinais antes que fechassem.

- E por que eu iria numa coisa dessas? - Quis saber Samuel.

- Porque é o tipo de coisa que transforma. Vamos nós dois. É aqui perto. A apresentação dura uns 30 minutos mais ou menos com cada pessoa. Tem uma fila pequena, mas vi que vendem umas coisas no caminho e a sala de espera tem outras coisas passando.

- Tem uma sala de espera? Puta merda, Amir - Samuel desviou de uma senhora vagarosa e quase caiu. - Sala de espera é foda, a gente vai ficar lá até que horas?

- Deixa de ser chato, a gente não tem nada mais pra fazer mesmo. Não encontramos hoje pra bater perna? Então vamos bater perna. Depois a gente sai pra comer e eu pago seu lanche - insistiu o sujeito, já calvo, barba espessa, olhos brilhantes. Amir tinha uma aparência árabe, um nome que parecia árabe e zero relação com qualquer país ou descendência da região. Um mistério.

Eram amigos de longa data. Trabalharam juntos em uma distribuidora de bebidas no começo dos anos 2000 e depois se afastaram por questões empregatícias. Cada um foi para um lado do estado. Reencontraram-se anos depois na festa de 40 anos de um amigo em comum. Com a reaproximação, criaram uma rotina amigável, um escape do estresse contínuo da vida no centro urbano. Eram ambos homens de cidades pequenas, pais de família (esposa, dois filhos cada), sem hobbies ou interesses extravagantes. Até por isso Amir insistia em inovar em algo. Precisavam viver. Samuel era mais jovem, ainda estava com seus trinta anos, mas parecia gasto, tinha olhos cansados. Amir já abraçava os quarenta, mas era vigoroso, cheio, até um pouco inchado, a barriga proeminente marcando na camisa.. Tinham perfis distintos, mas davam-se bem.

- Então vamos. Espero que seja bom, se for um charlatão você vai me reembolsar.

Cruzaram a cidade andando. Era uma maneira de aproveitar o tempo livre, fugir do transporte público lotado no fim do dia e respirar o ar poluído do centro. Passearam pelos prédios antigos e novos fusionados numa arquitetura sem planejamento, limpeza ou organização. Toda a cidade parecia cinza, ainda que as fachadas tivessem cor. Muita miséria espalhada. Moradores de rua, artistas no sinal, pedintes e crianças trabalhando. O sintoma de uma cidade falida. Ignoraram tudo aquilo para chegar até o teatro pequeno e mal conservado, um dos poucos remanescentes naquela terra devastada pela miséria social.

- Ah, Amir, pelo amor de Deus, só tem mulher velha nessa fila, o cara deve ser um pilantra - sussurrou Samuel. - Quanto que tá essa entrada?

- 50 reais. Olha, o combinado ainda tá valendo. Eu te reembolso depois. Fica tranquilo. Agora, um pouco mais de ânimo. Esse negócio de performance atrai mesmo essa galera, saiu no jornal da manhã também - uma pausa para entrar na fila e abaixar ainda mais o tom de voz. - Foi minha mulher que me falou pra vir com você. Ela disse que uma amiga dela veio e saiu transformada.

- Mas eu não quero sair transformado. Só quero sair pra tomar uma cerveja, comer um negócio e reclamar da vida.

- Isso a gente faz semana que vem, e na outra, e na próxima. Porra, tempo pra reclamar é o que não falta. Falando nisso, e a sua esposa?

- Ah, na mesma, segue com uma cara de cu infinita, não para de me criticar. Mas pelo menos agora parou com aquela piração de que eu tô traindo ela. Porra, não tenho tempo nem pra cagar, vou arranjar outra mulher onde? A Elisa é maluca, mas é a mãe dos meus filhos - Samuel acendeu um cigarro.

- Oh, Samuca, tem que cortar isso aí, ein? Fumando ainda? Não disse que tinha parado?

- É um só, tô estressado. Porra, tão cortando todo mundo lá na empresa. Tô ralando igual um maluco pra poder sair da frente dessa linha de corte. Só Deus sabe quem eles vão tirar na próxima. Um desespero maluco dentro da empresa. No meu departamento já foram dois, tão falando que vai ser quatro por sessão. Já pensou me cortam agora? Tô cheio de financiamento pra pagar.

A fila se moveu um pouco. As mulheres de meia idade pareciam nervosas. Tinham aparência similar, uma estética copiada de novelas e dos programas de TV. Juntas, via-se a reprodução de uma moda pautada pela mocinha das nove, além de um toque sutil na forma como escolhiam o luxo. Bolsas de couro falso com correntes brilhantes, brincos largos. Tentavam estar em dia com as jovens também. Provavelmente resultado de alguma matéria de revista. Amir achava todas muito parecidas, mas não dava importância àquilo, estava ali pelo ator. Samuel via naquela formalização de corpos, rostos, roupas e penteados um mau agouro. Não gostava daquele tipo de gente, falava assim quando estava sozinho, "aquele tipo de gente". Mulheres fãs de novela eram para ele o pior tipo de gente. O homem mal via TV. Não tinha dinheiro para programas culturais caros, mas o pai foi professor na ditadura e o educou a buscar "alguma coisa melhor". Ele não podia acessar muitas dessas ditas "coisas melhores", como o teatro, o cinema e os livros, mas dava o luxo aos filhos. A si, reservava saídas com Amir para reclamar da esposa e do trabalho. Não poderia bancar uma psicóloga e o amigo era o mais próximo disso que tinha.

- Não te cortam não, pô. Lá na firma você era o braço direito da chefia. Todo mundo gosta do seu trabalho. Fica tranquilo. E se te mandarem embora, ainda recebe uma grana pelo tempo de serviço. Com o seu currículo acha outra coisa fácil.

- Nessa economia?

- Nunca teve economia boa não. Só teve tempo menos pior. Menos ruim, já dizia meu pai. Ele passou um aperto danado na época do governo Médici. Odiava o sujeito com todas as forças, mas não falava nada. Não podia, né? Mas odiava. Mesmo depois que acabou a ditadura. Ele só resmungava baixo. Achava que ainda iam atrás dele se falasse algo.

- É um trauma que dá pra entender. Meu pai tinha terror noturno. Prenderam ele uma vez. Minha mãe nunca disse o que fizeram, mas não foi coisa boa. O homem no final da vida deu pra beber, foi quando parou de dar aula.

E morreu rápido. Completou mentalmente. Não queria pesar a conversa com o amigo expondo seus traumas familiares. Samuel era muito jovem para lembrar do pai como professor, mas tinha idade suficiente para lembrar do alcoólatra.

- Deus me livre uma coisa dessas de novo. Já é difícil do jeito que tá. Meu filho agora pediu um videogame que eu nem sei falar o nome. Deu pra emburrar com isso. Vou comprar, mas tenho que pedir pra ele anotar num papel. Sério, Samuel, essas crianças tão cada vez mais espertas, o menino já sabe falar inglês com dez anos e também sabe manipular a mãe. Renata faz tudo que o menino pede. Nunca vi.

- É geração.

- É geração.

Aquiesceram na fila, chegavam à entrada do teatro. A fila parecia andar rápido. As pessoas se dividiam em mesas e outras superfícies preenchendo fichas. Algumas senhoras pareciam intrigadas. Mulheres de roupa social passavam de um lado para o outro recolhendo os papéis e amontoando sobre uma mesa, onde um sujeito calvo, com óculos redondo e manchas na testa, analisava as respostas. Esse homem sacudia a cabeça de um lado para o outro e descartava a maioria dos papéis em um lixo ao seu pé. As senhoras ficaram apreensivas. Assim que entraram na antessala do teatro, Amir e Samuel receberam os mesmos papéis. As perguntas não seguiam lógica. Haviam questões de matemática, perguntas sobre espécies de flores, questões pessoais como o filme favorito da infância, se teve algum animal. Parecia uma série de pensamentos entrecortados, um processo cognitivo quase infantil. Amir debruçou-se sobre uma mesa e estudou com afinco o formulário. Samuel encarou a folha com desdém.

Em alguns minutos, uma das mulheres bem-vestidas passou e recolheu as folhas dos dois amigos. Amir olhava ansioso para o amigo e para a mesa onde o avaliador continuava sentado amassando todos os papéis que chegavam.

- Será que a gente passa? Tava difícil.

- Nem sei. Qualquer coisa a gente vai pra outro lugar depois.

- Deixa de ser pessimista, porra.

- Samuel? - chamou o careca.

- Sou eu.

- Pode entrar pela porta à esquerda, o artista vai te receber.

- Por quê? - perguntou incrédulo.

- Você foi o único que botou o próprio nome na folha - sorriu o avaliador.

- Porra, é mesmo, esqueci disso - Amir tinha uma expressão de desgosto. - Eu fui muito burro.

Samuel foi guiado por uma das mulheres pela porta lateral. Lá, caminhou por dentro do teatro até sair em um corredor que dava para os camarins. Andou por trás dos panos até chegar a uma saída no palco, à esquerda. Sentado, sozinho, no centro do palco, ocupando uma das duas cadeiras disponíveis, estava um homem magro. À primeira vista, Samuel não conseguiu enxergá-lo bem. Todos os ambientes eram de penumbra até ali e, finalmente, diante do palco, a luz de um holofote explodia em cores iluminando o ambiente.

O vendedor andou até se aproximar da cadeira. Primeiro, percebeu que o suposto ator estava nu. Completamente nu. Segundo, que não se movia sequer um centímetro, nem parecia notá-lo. A respiração era tão suave que o peito magro não se movia. Por fim, notou os olhos embaçados e vidrados de cego. Samuel não soube o que fazer. Ficou parado ao lado da cadeira por alguns segundos, em dúvida. Chegou a fazer menção de chamar a mulher que o guiou até ali, mas conteve-se. Lembrou do pedido de Amir para aproveitar a experiência. O amigo não gostaria de saber que Samuel chegou até ali apenas para virar as costas diante do desconforto de ver um homem nu. Por isso, sentou-se de frente ao artista - garantindo do sujeito a primeira reação: um sorriso.

- Bem, bem, bem... - murmurou baixo aquele ator. - Vamos começar.

O artista se ajeitou na cadeira, era possível ver os ossos das costelas, os ombros magros com as fibras dos poucos músculos marcando a pele fina e flácida em alguns pontos. Não era um homem bonito, nem sequer era jovem. Tinha um rosto magro e comprido, olhos redondos, um nariz quadrado e comprido como um monólito, uma boca larga com lábios finos, cabelos cinzentos sobre as orelhas. Havia algo de cômico naquele sujeito, como se não pertencesse à realidade, mas ao desenho de um artista que, buscando um personagem caricato, desse vida àquele homem nu.

Samuel ajeitou o corpo no banco. O homem procurou imitá-lo. Encararam-se nos olhos, ou o vendedor ao menos imaginou que se encaravam. "Será que usa lentes?", pensou consigo. "Seria um truque fácil se fingir de cego". Não entendeu a proposta da experiência. Como poderia funcionar um espetáculo para apenas uma pessoa? Não havia público senão ele. Ainda além, ele mesmo parecia ser parte da peça. Considerou por um segundo se tratar de uma pegadinha, mas o ambiente estava muito escuro e, por todo o teatro, pelas cadeiras vazias e pela bancada do segundo andar, não se viam câmeras ou pessoas despontando na escuridão. "Ainda podem existir câmeras escondidas, uma equipe de TV em algum lugar. O que será que esse velho vai fazer?"

Encarou-o e percebeu que o homem fazia um movimento de rosto similar. Como se também tivesse encarado o teatro vazio por todo esse momento. Os olhos tinham uma expressão cansada. A boca estava virada para baixo, a testa franzida. Ajeitou a postura na cadeira. O outro homem fez o mesmo. O silêncio era como um terceiro homem ali, sabia-se contudo não haver outra pessoa. Apenas os dois, sentados um de frente para o outro, tão imóveis e calados quanto seria possível. O som do lado de fora não chegava. Aquele palco era um pequeno mundo, tão reduzido ao pequeno espaço onde a luz do holofote chegava que mal cabia os dois. Suas sombras estendiam-se para além do círculo iluminado, integrando e mesclando o externo e o interno. Quase em transe, ele coçou o rosto. O outro homem fez o mesmo.

Então, um deles mudou sua expressão. Aquele momento todo passou a ter outro significado.
Quando jovem, Samuel viu muitas coisas. O pai alcóolatra, a mãe deprimida e viciada em remédios, um primo se matar na linha de trem da cidade por um amor perdido, uma prima espancada pela própria mãe por ter engravidado jovem - e que depois perdeu o bebê graças às lesões, viu o pior do mundo na cidade pequena onde vivia. A família era uma amálgama de vícios e problemas. Fugiu dali e jurou nunca voltar. Os filhos nunca conheceriam os parentes, tivesse ele a oportunidade. Faria o necessário para isso. Quando Elisa anunciou a primeira gravidez, ele chorou sozinho no banheiro pensando no futuro da criança. Não queria ser como o pai. Teve medo do que aquela pequena criatura passaria no mundo, o que enfrentaria. Não soube como encarar a situação, pediu que a mulher abortasse, ela recusou. A esposa disse que ele seria homem de encarar aquele filho, confiava nele para isso. Samuel chorou junto da mulher, por fim. Tiveram a criança. Na época, estava saindo da empresa onde conheceu Amir, depois de se desgastar a ponto de ter uma crise nervosa antes de atender um cliente - vomitou sangue e precisou ir ao hospital se internar dois dias para realizar alguns exames. O chefe pedia metas impossíveis. Chegou a anunciar isso em uma reunião, confidencialmente, a outros colegas, antes que o gestor aparecesse: "será necessário afogar essa cidade em cerveja para vender o que pedem". Alguém espalhou o comentário. A gerência não achou engraçado, mas adotou o lema como uma verdade absoluta. Deveriam vender até a última grama de mistura alcoólica de cevada, milho e outros ingredientes pouco confiáveis. A empresa não era a mais confiável do mercado, os métodos de produção eram escusos. Alguns vendedores diziam entre si vender laxantes e purgantes. Samuel envenenou milhares com a mesma bebida que matou o pai - mesmo que o professor tivesse se rendido ao rum no final da vida, talvez como uma forma de adiantar o processo. Toda vez que o vendedor tomava um gole de cerveja, pensava naquela mácula em sua vida e na forma como se aproximava de maneira descuidada de uma tragédia já vista antes. O primo também estava bêbado quando pulou na frente dos trilhos, gritava o nome da ex-namorada e chorava. Samuel foi o primeiro a chegar no local, antes do jovem se jogar. Tentou acalmar o parente, apelou para a razão e para o bom-senso. Foi ignorado. Também foi a única testemunha do acidente. Teve pesadelos por meses. Precisou usar os remédios para dormir da mãe, sem que ela soubesse, para ter alguma paz no sono.

Só se ouvia a respiração no pequeno mundo.

Quando fez quinze anos, Samuel deu seu primeiro beijo. O pai já estava morto, a mãe, doente, acamada, apática. Ele vivia praticamente sozinho, ia à casa dos familiares almoçar e fazer as lições de casa. Quem mais o ajudava era a prima, ela tinha olhos verdes lindos. Lembrava deles inchados após a surra, chorando em seu colo. A prima tinha uma pele branca suave, pelos pretos e grossos, mas bonitos, nos braços. Cheirava a lavanda. Passaram horas juntos na juventude.

Não se ouvia nada na sala. O mundo estava mudo, interrompido por um soluço. O encanto se quebrou.
A sala estava fria, com um vento suave tocando a pele. Encarou o homem diante de si e percebeu que ele fazia uma expressão de choro. As luzes apagaram.

Do lado de fora, a assistente encarava o relógio de pulso e contava os últimos segundos para o fim da sessão. Era sempre a mesma coisa. Estava acostumada ao trabalho. Trinta minutos de silêncio e aquele choro no final. O patrão era previsível. Foi até a cadeira no palco, contando os passos para não tropeçar, e tocou no ombro do convidado, para retirá-lo dali.

- E aí, Samuca, como foi? - quis saber Amir, ansioso.

Silêncio.

O amigo não se pronunciava. A assistente ao lado dele tinha a expressão neutra. Amir estava se coçando com curiosidade. Precisou ficar do lado de fora e não respondiam às perguntas dele. Os panfletos na sala de espera falavam de outros espetáculos do mesmo artista, mas nada como aquilo. O quarentão rodou de um lado para o outro por quase quinze minutos, até finalmente desistir de especular elétrico e se sentar em uma confortável poltrona na sala dos recusados. Ninguém ficava ali. As senhoras, indignadas, iam todas embora depois de verem seus papéis amassados e jogados no lixo. Amir ficou pelo amigo. Precisava contar algo à esposa. Pelo que entendeu, naquele dia, Samuel fora o único a ser convidado. Um prejuízo para o teatro, que dividia o valor da entrada com o artista. Ouviu comentarem que, onde ia, o homem dividia opiniões. A TV não falou nada disso. Amir só queria saber como era lá dentro.

- Por que a cara de choro?

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